Marcos do desenvolvimento infantil

As crianças apresentam progressos em espaços de tempo definidos, chamados de marcos de desenvolvimento. Estes aprendizados precisam ser acompanhados de perto. Os marcos do desenvolvimento infantil são referências usadas para acompanhar o crescimento dos pequenos e servem para termos uma base de quais habilidades nossos filhos podem adquirir em cada fase da infância. Contudo, não é uma tabela de regras, em que todas as crianças devem se encaixar e as que estiverem de fora estão com problemas.

Cada criança tem o seu tempo para criar novas habilidades. Os marcos do desenvolvimento são apenas referências usadas para que você possa observar e se adiantar para o próximo passo. Os marcos do desenvolvimento infantil não devem ser usados para comparações. Se a neta da vizinha andou com 9 meses e o seu filho com 12, está tudo bem. Cada criança é única e tem seu próprio ritmo de crescimento e desenvolvimento.

Entretanto, é fundamental prestar atenção para identificar atrasos no desenvolvimento e conversar com seu pediatra sobre o assunto. Por esse motivo, o acompanhamento dos marcos do desenvolvimento infantil é tão importante. É por meio dele que você consegue estimular as capacidades do seu pequeno e verificar qualquer alteração.

Período neonatal (28 dias de vida):

Em relação à parte motora, o recém-nato tem os membros completamente fletidos e, se for realizada a tração de seu corpo em direção a seus pais, a sua cabeça tende a ir para trás devido à ausência de tônus cervical nessa idade.

Já quanto à parte adaptativa, a única coisa que a criança tem capacidade de aprender é a fixar a visão. Eles são capazes de fixar o olhar em quem está próximo a ele, começando a se reconhecer como um ser humano.

Nessa idade, é muito comum o relato de nistagmo, pois o nervo oculomotor e os músculos que ele inerva ainda não estão completamente formados, então, a criança não consegue realizar a fixação do olhar.

1 mês de vida:

No primeiro mês de vida, o bebê ainda dorme a maior parte do tempo, seus músculos e seu sistema nervoso central ainda estão em processo de desenvolvimento, sendo assim, sua visão ainda está muito limitada e a criança não é capaz de enxergar perfeitamente, só sendo capaz de enxergar pessoas ou objetos que se encontrem a 30 cm de seu rosto.

Em relação à parte motora, a criança começa a estender levemente os membros inferiores, porém ainda mantém a postura tônico-cervical. Quando em posição prona, ela é capaz de tentar levantar o queixo em alguns momentos.

Por outro lado, a musculatura cervical ainda não é muito tensa e não possui muito volume. No desenvolvimento adaptativo, ela já é capaz de acompanhar o objeto seguindo um ângulo de 90º, até chegar em sua linha média corporal.

Na parte social, há o aparecimento do sorriso, porém não é um sorriso que denota socialidade, mas sim um sorriso como se fosse um reflexo. E, além disso, tende a preferir a face humana.

2 meses de vida:

Com 2 meses a criança já é capaz de levantar a cabeça quando em posição prona. Em relação a parte adaptativa, ela já consegue seguir o objeto por um ângulo de 180º. Na parte social, ela apresenta o sorriso social e, na linguagem, ela começa a vocalizar sons completamente primitivos.

3 meses de vida:

Nessa idade, a criança sustenta a cabeça de maneira pendular. A postura tônico-cervical ainda permanece na maior parte dos momentos. Ela já consegue levantar o queixo, a cabeça e o tronco quando em posição prona, havendo ainda uma sustentação pendular da cabeça.

Ela já começa a enxergar um pouco mais distante com a evolução do seu sistema nervoso central e nervo óptico. Em relação a parte adaptativa, ela vai estender a mão para pegar algum objeto e, em relação à parte social, a criança mantém o sorriso social, ri com mais frequência e é capaz, inclusive, de imitar alguns gestos realizados por seus responsáveis.

Aqueles sons primitivos que ela vocalizava com 2 meses serão aprimorados e, agora, se tornaram sons guturais (fazem grrr), como se você estivesse conversando com ele.

4 meses de vida:

Nessa idade, a postura tônico-cervical desaparece, com isso, a cabeça do bebê tende a ir para o centro de seu corpo e ele é capaz de sustentá-la. Além disso, o tônus de seus membros diminui e o tônus axial sofre um aumento.

Ela já é capaz de realizar a pega cubital (lembre-se de que ela faz o movimento do centro para a periferia). Em relação à parte social, a criança começa a rir alto para chamar a atenção dos seus pais ou responsáveis, podendo até gargalhar.

E, quanto à linguagem, os sons guturais continuam presentes, porém de uma forma evoluída, devido à amplitude bucal maior que o neném vai adquirindo ao longo do tempo.

5 meses:

Quando o bebê atinge os 5 meses de vida, ele já consegue reconhecer as partes do seu próprio corpo. Sendo assim, muitas brincadeiras envolvem levar as mãos à boca e agarrar os seus pés. Sua força nos membros começa a aumentar com o passar do tempo. Quando em posição prona, já consegue apoiar as mãos e levantar a cabeça.

6-7 meses de vida:

Em torno de 28 semanas, a criança já é capaz de rolar sobre os ombros, conseguindo sentar com apoio e realizar a rotação do quadril. Na parte adaptativa, ela consegue fazer a pega radial fechada, passando o objeto de uma mão para a outra, uma vez que ela é capaz de sentir melhor os objetos com que está brincando.

Na parte social, ela prefere a mãe e, em relação à linguagem, ela já dobra as sílabas, pronunciando sons semelhantes a “mama, baba”, os quais chamamos de polissílabos vogais ou lalação.

8 meses:

Com essa idade, o se bebê está muito curioso e segue testando e conhecendo melhor o seu corpo. Quando colocado em posição prona, ele já é capaz de rolar e senta sem ajuda, balançando o corpo quando sentado sobre os seus joelhos.

Quanto ao desenvolvimento do seu sistema nervoso central, seu nervo óptico já se encontra melhor desenvolvido, e ele consegue enxergar de forma mais nítida os objetos à sua frente e melhor distinguir as cores.

9-10 meses de vida:

Em relação à área motora, com 9 meses a criança já consegue sentar sozinha e sem apoio. O bebê se torna móvel, sendo esperado que a maioria das crianças nessa faixa etária seja capaz de se arrastar ou até mesmo engatinhar.

É importante lembrar que nem todas as crianças irão engatinhar e que esse processo é o único que, quando não aparece, pode ser considerado um marco do desenvolvimento normal.

Quando em pé, ela já é capaz de dar alguns passos laterais se escorando em algum apoio, e senta sozinha. Em relação ao adaptativo, ela tem a capacidade de fazer o movimento de pinça entre o dedo polegar e o indicador.

Um detalhe é que a criança não pega o objeto no movimento de pinça, mas sim o pega com a região cubital, passa para a região radial e aí sim faz o movimento de pinça. Quando o objeto é deixado em sua mão por alguns instantes, ela solta-o com força, como se estivesse com raiva.

É a idade da estranheza, a criança tem o hábito de querer somente o colo da mãe, o que torna essa faixa etária um momento importante, pois ela passa a ter medo das consultas com o pediatra, tornando o atendimento um pouco mais difícil na maioria das vezes.

Ela já é capaz de bater palmas, brincar de “cadê” e dar tchau. Quanto à linguagem, ela já fala polissílabos de forma mais precisa.

11 meses:

O bebê de 11 meses já responde aos chamados, reconhecendo o seu próprio nome. Além disso, é esperado que ele consiga bater palmas e dar tchau. Um marco importante é que nessa fase o bebê já conseguirá se alimentar sozinho.

Apesar de movimentos ainda não tão refinados, ele é já capaz de levar a colher à boca na hora das refeições. Já poderá ser capaz de dar alguns passos, ainda que com apoio dos pais.

12 meses de vida:

Nesse momento, esperamos que a criança já levante e ande sozinha com apoio. Em relação à parte adaptativa, ela pega os objetos já com o movimento de pinça e, se por acaso você pedir esse objeto de volta, ela te devolve.

Ela ajuda na hora de vestir-se, levantando os braços e, no desenvolvimento da linguagem, é esperado que ela já fale pelo menos uma palavra.

2 anos:

Aos dois anos, a primeira dentição (ou dentes de leite) do seu bebê já se encontram completos. Ele já consegue dar nome aos objetos e sabe o seu próprio nome, começando, inclusive, a formar algumas frases.

É nessa idade também que começa o controle esfincteriano do bebê, sendo iniciado, aos poucos, o desfralde da criança.

Esse período a criança começa a correr, devendo a nossa atenção ser redobrada para eventuais quedas. Por volta dos 15 meses, ela já brinca e é capaz de empilhar 3 cubos, fazendo uma torre.

3 anos:

Nessa idade, a criança já tem amiguinhos, porém prefere brincar sozinha, consegue se vestir com o auxílio de seus pais, por alguns instantes consegue se apoiar no chão com apenas um pé, e continua na evolução do controle esfincteriano, aprendendo aos poucos a usar o penico e/ou banheiro.

Normalmente, já consegue calçar os sapatos.

4 anos:

Aos 4 anos a criança já tem uma ampla variedade de palavras, em torno de 1.500, sua imaginação está com um poder altíssimo e ela já tem uma facilidade em se comunicar com os seus responsáveis. Ela te conta histórias do que aconteceu no seu dia a dia e no colégio.

O desenvolvimento motor dá um grande salto e está bastante evoluído, sendo capaz de andar de bicicleta, patinete e outras atividades que precise de algum equilíbrio.

Ela é capaz de saltar com um pé só e desenhar um triângulo, assim como a figura humana, ainda que meio desorganizada. Na maioria das vezes, ela já consegue tanto colocar, quanto tirar a roupa.

5 – 6 anos:

Aos 5 anos, começa a fase dos porquês. A criança começa a perguntar aos pais o porquê de tudo, querendo entender o funcionamento de cada coisa que, muitas vezes, não terão resposta.

Com 6 anos, a criança já está completamente integrada nas atividades de vida de sua família e deve ser capaz de desempenhar algumas tarefas domésticas, ela já começa a mostrar suas opiniões e vontades próprias, dizendo, claramente, o que quer ou o que não quer fazer.

Em relação à linguagem, ela já possui uma melhor pronúncia das palavras e é capaz de organizar frases mais complexas, começando, inclusive, a ler sozinha.

Quanto ao desenvolvimento motor, ela já é capaz de utilizar uma tesoura, participa de jogos competitivos, transportar um copo sem derramar o seu conteúdo e fazer um nó.

Para auxiliar mães, pais e responsáveis a vigilância dos marcos de desenvolvimento, o Ministério da Saúde indica a Caderneta de Saúde da Criança.

A Caderneta traz os cuidados essenciais logo nos primeiros dias de vida do bebê, incluindo informações sobre a amamentação, por exemplo. São inúmeras dicas.

Referencias:

http://www.blog.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=53047&catid=579&Itemid=50218

https://www.cdc.gov/ncbddd/actearly/milestones/milestones-2mo.html

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